Retirado de www.olhares.pt (link autor)
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Sinto no corpo o peso da descrença
E dos ossos um fulgor intenso e frio
Decaindo no abismo vácuo da vida.
Pudesse saber dos recantos de mim,
Achar o que não sou senão por ti,
E pelo absoluto inesgotável que de ti me enleva.
Pudesse entender esta laminar incerteza,
Esta pressão expansível e estridente
Devotando o meu cérebro à exaustão.
Sentindo, intento não sentir o que tão cedo se revela,
Quando num qualquer pensamento distraído,
O sonho interpela a pérfida vontade de te não querer.
E procurando cumprir esse desígnio estranho,
Aqui fico e assim me estendo ao (des)engano da razão,
Consentindo a cordial e conforme ausência de mim.
Pesam-me os ouvidos, o dorso desfalecente de água,
Frustrando-se no leito do pensamento, despojado e livre,
A frívola conduta que do silêncio abnegado demais exige.
Assim resisto, assim me assisto neste falhar constante.
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E dos ossos um fulgor intenso e frio
Decaindo no abismo vácuo da vida.
Pudesse saber dos recantos de mim,
Achar o que não sou senão por ti,
E pelo absoluto inesgotável que de ti me enleva.
Pudesse entender esta laminar incerteza,
Esta pressão expansível e estridente
Devotando o meu cérebro à exaustão.
Sentindo, intento não sentir o que tão cedo se revela,
Quando num qualquer pensamento distraído,
O sonho interpela a pérfida vontade de te não querer.
E procurando cumprir esse desígnio estranho,
Aqui fico e assim me estendo ao (des)engano da razão,
Consentindo a cordial e conforme ausência de mim.
Pesam-me os ouvidos, o dorso desfalecente de água,
Frustrando-se no leito do pensamento, despojado e livre,
A frívola conduta que do silêncio abnegado demais exige.
Assim resisto, assim me assisto neste falhar constante.
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Bachiana Brasileira nº 4, Prelúdio (H. Villa-Lobos, int. Nélson Freire)