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Showing posts from November, 2016

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A amizade. Aquele sentimento bom, feliz e livre. Livre de convenções, de barreiras, de segredos, de constrangimentos.  Aquele estar, amplo e leve, apenas por estar, não importa o que se diga. Aquele querer sempre estar, aqui, além, do infinito ao ante finito, que é o pouco tempo que nos resta.  Aquele amar sem vergonhas, sem rodeios, sem medos. Aquele gostar que aumenta sempre, sem que nos importem as contrariedades, nem as venças e desavenças, desfeitas num abraço sentido. Por isso, por ser tão verdade, a amizade não tem fim nem hora marcada para o regresso.  A amizade é um reencontro constante, é brisa doce que ondula ao verde-mar do campo, da terra perfumada.  A amizade é sermos humanos, é sabermos que somos falhos e imperfeitos, é reconhecer os nossos erros e os dos nossos irmãos-amigos, e recebê-los com delicadeza, compreensão e respeito.  Porque nesta vida andamos todos a aprender, todos, sem exceção.

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Somos, dizia um amigo algures no tempo, demasiadamente tenrinhos, sobretudo para o mundo que nos espera lá fora.  O pior é que nos achamos sempre maiores, alguma coisa mais importante do que tudo aquilo que evidentemente nos perturba e causa dúvida e incertezas. Na realidade, não passamos de uns moços armados em seres com super-poderes, dotados de super-inteligência.  Acreditem, caríssimos, que este tecto velho só ainda não ruiu porque são ruins as carcaças que o carregam. Vocação, que vocação? A vocação constrói-se, dia-a-dia, com humildade e perseverança. Mais do que passar dias e noites em claro, a decorar frases sem nexo, para manter o   status   académico, há que parar para olhar em volta, respirar um pouco de ar, compreender o mundo em que somos e são os nossos pares, as pessoas reais, perecíveis e carentes, como nós. A dor não se alivia exclusivamente com fármacos. A angústia, o medo, a frustração, a perda, não se compadecem com meia dúzia de...